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O Acerto do Crime

- Compadre, vou lhe contar com toda a verdade verdadeira. Um dia, cerca de trinta anos que já se foram por entre essas chuvas e lebrinas, apareceu aqui na Maravilha um homem muito rico chamado Expedito Chaves. Vinha dos confins dos Inhamuns e quis logo adquirir todas as terras da redondeza. Então comprou essa aí que media dois mil e quinhentos alqueires, que era a fazenda velha do Bastião Gonçalves. Derrubou a casa, uma buraqueira só, cheia de malassombro e no lugar do curral grande construiu aquela que você está vendo, que era uma beleza da gente admirar com gosto. Foi um doutor engenheiro quem deu as ordens do alevantamento. Quando ela ficou toda pronta, Expedito Chaves fez uma festança medonha que veio gente até de Sun Paula pro grande arrasta-pé dos coroné do dinheiro.
Ali, na extrema direita, ficava a fazenda do Cazuza Carrapicho, com mais ou menos uns mil e oitocentos alqueires e à esquerda, o chão do Raimundo Cardoso, talvez do mesmo tamanho da propriedade do Cazuza.
Expedito Chaves comprou todo o gado leiteiro daqui de redor e mandou buscar mais cabeças pros lados das Minas Gerais. No arisco fez uma tamanha plantação de caju que tinha uns seiscentos alqueires. Lá pra baixo, no descambo da grota, plantou pasto que dava pra uns cinco mil bois. Construiu aquele açude que o compadre está olhando. No fim, perto do serrote, quando ele sangrava, ás águas caíam dentro do rio. Ô coisa bonita de se ver! Deus andava no meio daquela águazona. Creia n´eu compadre, era bonito que nem se pode comparar com nada que esses meus olhos já viram nesse meu rosário de anos. Tinha uma casa de farinha danada de grande. A produção era boa. Só a mandioca, o milho e o leite deixaram o Expedito mais milionário. ´Magine só compadre, ainda toda a produção dos cajueiros?
O Expedito era um homem ambicioso e sua mulher, dona Belinha, não ficava atrás. O povo daqui dizia que por dinheiro eles faziam qualquer negócio, até matar padre celebrando missa. Teve até quem dissesse que a riqueza dele foi dum contrato feito com o cabra velho, pé-de-pato, cabeça-de-bode, bunda-de-sapo, fedorento a bosta de galinha choca.
Credo em cruz, compadre, eu me arripeio quando me alembro de certas coisas que eu vi o Expedito fazer. No dia em que o finado Manezinho Rodrigues morreu, esse homem malvado o fez beber de uma bicada, mais de dez litros de leite, só porque ele tirou um copo de dentro do balde que já estava medido. Aí o Expedito perguntou à mulher que castigo merecia o Manezinho. Ela respondeu que o obrigasse a beber todo o leite que restara na vasilha.

O pobrezinho teve uma dor de barriga emendada que se obrou até depois de morto, perto da boca-da-noite. Cabra preverso o Expedito, compadre, era muito preverso.
Um dia, ele mandou me chamar. Disseram-lhe que eu era boiadeiro acostumado a tanger gado de cima da serra pro sertão. O homem, com cara de risada, me perguntou se eu dava conta de uma manada de uns dois mil bois.
– Seu dinheiro é quem vai fazer o trabalho, seu Expedito. Os homens, escolho eu e lhe prometo botar as duas mil cabeças no seu pasto no dia e hora ajustada. Apois, num é, compadre, que o homem era doido e mandou reunir quase todo o gado de outra fazenda de sua posse no Jaguaribe e me apalavrou pra fazer o serviço?
Pois bem. Expedito começou a matutar que sua terra era pequena e botou na cabeça comprar as duas fazendas das extremas direita e esquerda. Só tinha um entrave: o Cazuza e o Raimundo não queriam vender seus pedaços de chão por dinheiro nenhum desse mundo.
Depois de conhecer todo o domínio do Cazuza Carrapicho, a cobiça cresceu e Expedito fez a ele a proposta de compra.
- Não, seu Expedito Chaves, não vendo minha terra. Meu pai e minha mãe aqui nasceram, cresceram, casaram-se, me tiveram, seu único filho e me deixaram tudo. Se eu vender isto aqui é o mesmo que estar matando meu pai e minha mãe que já estão mortos. Eu próprio morrerei se sair daqui, desta casa onde nasci e onde nasceram meus filhos. Tudo isso que o senhor está vendo vai ser do Betinho e da Celestinha. Olhe, seu Expedito, o Betinho nem parece ter só dez anos; se amunta em todo animal brabo e já labuta comigo. Sabe fazer negócio e as quatro operações de conta. Meu filho vai ser um homem da terra que nem eu. Vai plantar de manhã pra comer de noite. Ele nem quer estudar lá pela Fortaleza, não. Já me disse que não quer ser doutor, gosta mesmo é do mato.
O Cazuza Carrapicho não vendeu a terra, mas cedeu por empréstimo ao seu Expedito uma boa parte do pasto de palmas.
Com a idéia de comprar a fazenda do Raimundo Cardoso o homem lhe fez a proposta. Então, o Raimundo agiu que nem o Cazuza Carrapicho. Disse que a sua vida era aquela fazenda onde ele já tinha derramado quase todo o seu suor.
Depois da visita, Expedito Chaves tornou-se amigo de Cazuza e de Raimundo. Nunca mais deu a entender que desejava as terras dos dois vizinhos.
Cazuza e Raimundo eram que nem dois irmãos de nascimento de pai e mãe. Cresceram juntos brincando as mesmas brincadeiras, freqüentando a mesma escola... Até se casaram com duas irmãs, as filhas do compadre Miguel de Sousa. Quisesse encontrar o Raimundo era só ver o Cazuza amuntado no cavalo Janeiro, um campolino, que era uma lindeza só; podia olhar pra adiante e lá se vinha o Raimundo atrepado no lombo do Maneiroso, um cavalo castanho de estrela branca na testa, de fazer a gente babar de inveja. O Expedito, mesmo se fingindo de amigo, e sem tocar no assunto, não se esquecera das terras dos dois vizinhos e tinha em mente consegui-las de qualquer forma. Então, ruim que nem catinga de fedegoso, ficava pensando numa astúcia pra satisfazer sua ambição.
Um dia, o Cazuza caiu de cama. Teve uma febre muito alta e uma tosse horrível. Os olhos estufaram, de tanto ele tossir. Sua mulher mandou buscar um médico no Aracati. O doutor ficou na fazenda durante três dias e três noites, até o Cazuza amiorar. Disseram que ele tinha água no pulmão, parece que é assim que se diz. Depois desse tempo o doutor foi embora, mas voltou na semana seguinte com a desculpa de saber se ele ficara bom.
Acontece, que a Alice, a mulher do Cazuza, era bonita pra mais da conta. Tinha um cabelo comprido, cacheado e louro, que lhe batia na cintura. Seus olhos eram da cor das bilinhas azul de vidro, tomando pra esverdeado. Na boca, não faltava nenhum dente e tinha uma fartura de carne bem arrumada que só vendo. Já a mulher do Raimundo, a Lica, gêmea da Alice, era imprialzim a irmã. Devido à doença do cunhado, ficou na casa deles uns dois dias, vez que tinha um homem estranho hospedado lá. O compadre sabe como é a boca do povo, né? Principalmente se tem mulher bonita na história.
O homem ambicioso remoía um jeito de conseguir seu intento. Foi quando procurou sua esposa, dona Belinha, pra um aconselhamento. Aí traçaram o plano amaldiçoado.
Expedito procurou o Cazuza e disse-lhe que soubera por intermédio de um amigo que o doutor e dona Alice estavam apaixonados. Na quinta-feira, às 6 horas da noite ele vinha roubar a mulher. O malvado aconselhou o Cazuza a fazer de conta que não sabia da história e pediu-lhe muito segredo. Prometeu que o ajudaria a se livrar do “cabra safado”, mas para isto nem o Raimundo Cardoso podia saber o que ele Expedito e o Cazuza planejariam. Aí, sabe o que desgraçado aprontou? Mandou o Cazuza se vestir todo de roupa cáqui, com um chapéu de massa preto. Disse ao rapaz que não se amuntasse em nenhum dos seus animais, pois ele, Expedito mandaria buscar um cavalo ruço na fazenda de um amigo e o colocaria amarrado no mourão da divisa de suas terras. Que o Cazuza fosse naquele bicho caminhando pela vereda do trapiá até o começo da subida das lajes. Ali ia encontrar o doutor debaixo da mutambeira, num cavalo preto, vestido numa calça azul e camisa vermelha, e com um chapéu também preto. Que metesse bala nele assim que o avistasse e fugisse depressa, voltando para casa; ao chegar, decidisse o que fazer com dona Alice.
Assim ficou acertado.
Expedito, novamente recomendou ao Cazuza guardar segredo, principalmente do Raimundo Cardoso, pois ele sendo cunhado de Alice poderia dizer-lhe o que ia se passar, então o plano não daria certo. E se assim fosse, qualquer dia dona Alice fugiria com o outro.
Confiante em sua astúcia, o amaldiçoado foi à procura do Raimundo Cardoso. Contou-lhe muito em segredo que dona Lica, nos dois dias que esteve na casa da irmã, apaixonou-se pelo doutor. Estavam de plano feito para fugir. Na quinta-feira, às seis horas da tarde ele viria buscá-la, no começo da subida das lajes. Conforme lhe disseram o doutor estaria todo vestido de cáqui, com chapéu preto e montando um cavalo ruço. Que ele devia ir ao seu encontro, mas que não se aproximasse muito, pois o médico estaria armado e atirava muito bem. Que logo ao avistá-lo, mandasse bala e que não esperasse a chegada de dona Lica. Era necessário guardar segredo do Cazuza, pois ele gostava muito da cunhada e podia botar o plano a perder. Disse-lhe para vestir uma calça azul, camisa vermelha e chapéu preto. Não montasse nenhum dos seus animais, pois ele, Expedito, mandaria buscar um cavalo preto e o deixaria amarrado no pau branco. Que Raimundo fosse beirando o rio e depois subisse pela estrada do gado até chegar ao começo da subida das lajes; recomendava-lhe vestir-se assim, porque poderia segui-lo à distância para lhe dar cobertura, caso algo saísse errado.
Tudo ajustado, restava aos três esperar o dia marcado para o fatídico encontro.
Na quinta-feira o dia amanheceu chorando fartas lágrimas no arrozal da vazante. O tempo até parecia saber o que se passaria no finzinho da tarde. Os bem-te-vis, não cantaram bem-te-vi, mas a rasga-mortalha da frincha do umbuzeiro, desde a noite passada, afiava suas ferramentas. Galdino Neves se benzia fazendo caretas. Cruz credo, meu povo, o bicho agourento está que é uma matraca. Vai ser mais de um.
Na casa do Expedito havia uma tácita expectativa. Seus olhos iam aos olhos de dona Belinha que lhe recomendava:
- Te aquieta, homem, vai tudo dar certo. Não te enfeza. Cuida pra que os caboclos não percebam teu nervoso.
Meu compadre, já batiam quase sete horas quando o Joaquim Pegado e mais quatro ou cinco cabras riscaram na porta do Expedito. De cima do cavalo, deu a notícia:
- Minha gente, vamos lá na estrada das lajes. O Cazuza Carrapicho e o Raimundo Cardoso se mataram à bala. Dona Belinha, vosmincê faz a bondade de mandar o Negrotim avisar à dona Lica e à dona Alice? A gente vai providenciar trazer os maridos delas; se bem que nem são mais maridos, são finados, né?
Expedito mandou o Braz esquentar o caminhão e dirigir-se para a entrada das lajes. Ele ia a cavalo com os outros homens pela vereda do trapiá, cujo percurso até o local do crime era mais perto.
A lua quase não tinha luar, mas o Expedito viu nitidamente os dois amigos abraçados. Do peito de Cazuza descera um jorro de sangue que se derramou nos braços de Raimundo.
Expedito, traiçoeiro como o bote cobra, fingia uma grande dor:
- Como foi isso minha gente? Como é que dois amigos, quase irmãos se matam assim? Quem sabe de alguma coisa? Quem viu alguma coisa?
Joaquim Pegado, sem se fazer de rogado, afirmou que estava descendo as lajes quando viu um homem de chapéu preto todo vestido de cáqui, montado num cavalo ruço se esgueirando por detrás do cedro e que no mesmo instante, entrando pela estrada do gado, chegara o outro, num cavalo preto. Sem nenhuma palavra, os dois atiraram ao mesmo tempo. Os cavalos se assustaram, derrubaram os cavaleiros e fugiram espavoridos. O homem de cáqui levantou-se, procurou o revólver e foi em direção ao de camisa vermelha. Ao desvirá-lo, gritou:
- Raimundo Cardoso, meu amigo, é você? Aí, caiu por sobre o outro.
Desci meio desconfiado e chamei a “cabraiada” que ia se arranchar na casa velha das lajes, para vir comigo dar a notícia a vocês. Eles aí tudinho viram quando o Cazuza deu o último suspiro. Parece que o Raimundo inda estava vivo quando o Cazuza o desvirou. Se o esprito num me engana, eu o vi apertar o braço do Cazuza. Que foi que aconteceu com esses dois? Num dá pra gente ´maginar que uns amigos assim, quase irmãos, desde pexototos se matassem desse jeito tão desgraçado. Só pode ser coisa do pé-de-pato, bosta-de-galinha. Isso é presseguição do maldito. Tadinha de dona Alice e tadinha de dona Lica! As duas irmãs viúvas no mesmo dia. Coisa de dar dó na gente.
Dona Belinha mandou buscar as irmãs e propôs que ambas fizessem o velório dos maridos na sala da escola da fazenda Monte Alto - a de Expedito Chaves, assim o povo não precisaria se dividir.
- Compadre, você precisava assistir ao desvelo do Expedito. Não deixou faltar nada para ninguém. Dizia aos vizinhos:
- Não posso entender: como foi que os meus amigos se prepararam para matar um ao outro e nada me disseram? Por que eles fizeram tamanha arte? Que motivo os dois tinham para praticar essa loucura?
Dona Alice e dona Lica, mesmo sem os maridos, não quiseram vender as terras. Trabalhavam dia e noite nas roças junto com o magote de morador. A vizinhança estava sempre disposta a ajudar as viúvas. O Expedito dizia-lhes que aquilo num era vida para duas moças tão bonitas. Que elas deviam vender as terras e ir embora pra capital e botar os filhos na escola. Mas num houve meio de convencê-las. Continuaram fazendo a vontade dos maridos.
Uns quatro anos depois dessa desgraceira, num finzinho de tarde, o Expedito voltando de uma viagem, a uma légua perto de casa encontrou dois ciganos que lhe propuseram vender dois cavalos, um preto e um ruço, por um preço bem barato, pois queriam ir embora para outra cidade ainda nesse dia, porque não mais se podiam demorar. Assim, se ele comprasse os bichos, os ciganos queriam receber o pagamento naquele dia, nem que fosse até a meia-noite, caso contrário não haveria mais negócio de venda.
Interessado em adquirir os animais, mas não tendo no bolso dinheiro suficiente para efetuar o negócio, Expedito levou os homens até sua casa, onde lhes entregou a paga pelo preço ajustado.
Os homens, satisfeitos, nem pediram ao Expedito que mandasse deixá-los a cavalo na estrada que ficava longe da fazenda uns três quilômetros. Seguiram a pé.
Lá pelas sete horas, mais ou menos, dona Belinha, que não se cansava de admirar a beleza dos animais, chamou o Expedito para juntos irem ao povoado, montando a bela dupla, para que o povo do lugarejo os invejasse. Mandaram dar água aos bichos e montaram pensando que eram os donos do mundo. Pegaram a única estrada que os levaria ao vilarejo.
Como não havia lua, o caminho era bastante escuro, mas os olhos dos animais, feito quatro tochas, clareavam a passagem a ponto de despertar no casal criminoso uma suspeita assombrosa.
Marido e mulher ficaram muito sarapantados, pois quando os cavalos viravam a cabeça, para ambos os lados, os olhos – fogaréus vermelhos, iluminavam os dois ciganos caminhando separados, um em cada margem, sem parar, nem se voltarem para descobrir quem cavalgava.
Chegando os cúmplices à beira da rodagem, ficaram tomados de um terrível medo, pois os dois cavalos, por eles mesmos, rumaram ao local do crime.
A rédea presa nas mãos fortes do Expedito não pôde conter o seu animal, que ia tocando com o focinho, o cavalo preto montado por dona Belinha, tangendo-o para a subida das lajes. Chegando lá, separaram-se e como se guiados por mão invisível, ficaram frente a frente com uma distância entre eles de uns vinte metros. Nesse momento, os dois ciganos chegaram. O que estava de camisa vermelha subiu na garupa do cavalo preto e tomou as rédeas de dona Belinha, enquanto o outro tentava puxar os arreios do cavalo ruço. A mulher gritava desesperada. Expedito temeroso de que o cigano a levasse embora, atirou quando este lhe virou as costas.
Um só tiro.
O animal, desembestado, derrubou a carga, fugindo em galopada disparada que ninguém sabe onde foi parar. O outro cigano, sem se saber como, desapareceu das vistas do Expedito, que apeando e de revólver ainda em punho, seguiu no rumo daquele que ele acertara. Estaria agarrado à sua esposa?
O cavalo ruço caminhando devagarzinho, abriu os olhos de fogo, dirigindo o facho de luz em direção ao cigano caído. Expedito não pôde sufocar o grito. Sua bala matara dona Belinha e de ciganos ali, nem notícia.
A morte dos dois amigos Cazuza Carrapicho e Raimundo até aí era mistério, mas quando Expedito foi relatar a história dos ciganos e de como matara a própria esposa, afirmou:
- Os dois cavalos eram os mesmos que eu comprei e dei ao o Cazuza e ao Raimundo Cardoso para se matarem. Eu queria adquirir as terras das viúvas, a qualquer preço. Os dois ciganos, com certeza, eram os dois amigos que voltaram do além para se vingar de mim.
Expedito andou dois passos...
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