Minha inquietude de hoje é o fantasma de ontem, que serei amanhã.
É o desleixar de alentos, misturado ao senso e a desilusão.
Minha epopéia de transtornos loucos, de evasão aos poucos que desesperou.
Vil quimera destroçada e fria, que a luz do dia me deixou chorar.
Camada triste de razões doentes, onde certamente embutirei meu elo.
A cada choro me desfaço em água, que de divina e pálida me prostou de vez.
Entre sorrisos de alma cristalina, pura e desalinha desse céu de sonhos.
Em teu fulgor a mesma inquietude, que de tanta emude nosso padecer./
Outrora de tantos erros e acertos, que deste o desprezo no lugar do gozo.
E entre dúvidas e desamores, fôstes renegado pelo meu amor.
Hoje descansas de tua maldade, destribuindo afagos a toda cidade.
Quisera eu nesta sombria vida, te recolher e dar-te o que merecias.
Fazê-lo beber desta amarga bebida, que é puro fel desta longa mentira.
E ao sentir tua dor chegando., virar-me as costas e dizer chorando:
-- Leva contigo esta paixão de dores, que me doastes ao dizer"te amo".